23 de abr. de 2009

Fazendo uma boca de pito

O apóstolo Paulo disse em sua Carta aos Romanos que a lei é quem dá os parâmetros da sociedade, pois é ela quem proporciona a consciência do certo e do errado. Assim, é a Lei o caminho e a fronteira da feliz convivência do ser humano em sociedade. Quem obedece a Lei está inserido, quem não obedece está à margem, logo é marginal.
E a cidadania não está condicionada ao flagrante da desobediência. Ou seja, a Lei não se condiciona a descoberta do delito. O delito escondido ou não descoberto ainda é delito. Assim, a lei é a matriz de uma sociedade organizada e justa.
Entretanto, quando a Lei feita por mãos humanas, e por isto mesmo passível de ser injusta, faz diferença entre cidadãos e seus atos, criminalizando hábitos, cedendo a pressões de grupos sectários da sociedade desestabiliza da mesma forma uma sociedade, dita plural.
A democracia não é ditadura da maioria, numa sociedade justa, a lei deve contemplar e servir a todos. Oferecer direitos e deveres a todos os segmentos da sociedade, para que seja fraterna.
Estou falando de uma nova lei que pretende destruir o hábito de fumar. Hábito este que foi imposto ao seres humanos pela mesma sociedade com fome de arrecadação tributária. Os ataques aos fumantes tomaram rumos insustentáveis e absurdos. Agora é uma lei estadual que proíbe o fumo até mesmo em bares. Oras... Em bares aonde as pessoas vão para se distraírem, beberem, conversar e... fumar entre amigos.
Se o não-fumante tem seus direitos, o fumante também o tem. Fazem parte da mesma sociedade. E cada um deve responder pela sua própria saúde. Como diria Castelo Hanssen, se o fumante está se lixando para sua saúde, quem é o Governo para lhe dizer o que fazer com ela? Pode até orientar, mas cada um resolve o que quer fazer com sua própria saúde e com o seu dinheiro.
Esta perseguição aos fumantes é absurda e ridícula. O fumante paga seus impostos, cumpre o seu dever como cidadão e é parte de uma sociedade que deve aceitá-lo com seus hábitos. Proibi-lo de seu prazer é insano e arbitrário. Assim, se vamos proibir aquilo que faz mal para a sociedade, é prejudicial em seus resíduos, vamos fazer leis para proibir o funk carioca, as haves, o celular para menores de 18 anos, o Orkut, o Massenger-MSN, as bebidas alcoólicas, torcida de futebol, açúcar, ônibus cheio, sapato apertado, lanche do McDonald, jogo da Seleção Brasileira e principalmente votar em político que não tem compromisso com a sociedade como um todo, mas se rende a qualquer pressão de grupos sectários.
É proibido proibir! Viva a liberdade!

Ta falado!

Zezinho França é jornalista.

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